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Xô Zika
Na guerra ao mosquito, a informação é a arma principal
O Globo
04/02/2017

Para combater a proliferação de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, órgãos públicos têm apostado em campanhas de conscientização. No Rio, a Secretaria municipal de Saúde direciona sua atenção para as áreas que apresentam alta infestação. Embora a cidade, no último Levantamento de Índice Rápido para Aedes (LIRAa), feito de 1º a 7 de janeiro, tenha ficado com índice de 0,97% (abaixo do limite considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde, de 1%), há lugares onde agentes encontraram grande concentração de focos. Em Olaria e em comunidades da Penha, como a Vila Cruzeiro, o LIRAa chegou a 5,3%, o que representa grande risco.

Muitos focos de proliferação de mosquitos foram encontrados em depósitos de água para uso doméstico, como toneis, barris, tinas e cisternas. Também foram enquadradas como de alto risco as áreas de Madureira, Oswaldo Cruz, Cascadura, Quintino, Anchieta, Cavalcante e Engenheiro Leal. Na região que abrange os morros do Dendê, de São José e da Serrinha, o índice atingiu 6%. Ali, o problema também está predominantemente ligado ao descuido no armazenamento de água em residências.

— O LIRA nos ajuda a atacar cirurgicamente o mosquito — afirma o secretário municipal de Saúde, Carlos Eduardo de Mattos.

Hoje, o Rio conta com um exército de 3.300 agentes de vigilância em saúde na batalha travada de casa em casa. Mas, devido à dimensão da cidade e à dificuldade dos profissionais para entrar em algumas favelas dominadas por traficantes, esse trabalho não é suficiente.

— Uma fêmea do mosquito tem capacidade de colocar de 500 a mil ovos por vez. No período do inverno, ele leva de 15 a 20 dias para nascer. No verão, de sete a dez, já que ocorrem mais chuvas, o que aumenta o número de recipientes com água acumulada — alerta o secretário municipal de Saúde. — O mosquito vive basicamente dentro das residências, onde estão 82% dos focos de proliferação. Se cada morador dedicar dez minutos de sua semana para controlar possíveis depósitos, ele estará dando grande ajuda no combate ao vetor.

A Secretaria estadual de Saúde segue estratégia semelhante. Este ano, resolveu inovar na campanha: no próximo dia 10, será lançado o site “Rio contra o Aedes”, que substituirá o “Rio contra a dengue”. Driblando a crise financeira, uma equipe do próprio órgão desenvolveu o personagem Dezinho, um menino típico do Rio, de chinelos nos pés, para reforçar o apelo para cada morador fazer uma vistoria de dez minutos por semana. Dezinho terá a companhia de outros personagens, todos de sua família, suscetíveis a doenças transmitidas pelo Aedes. Num dos quadrinhos, por exemplo, o menino explica ao avô os sintomas e os perigos da chicungunha para idosos. Já a mãe, grávida, será envolvida em discussões sobre zika e microcefalia. Tudo de forma bem lúdica.

O secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio de Souza Teixeira Junior, adianta que o material preparado inclui joguinhos dos sete erros, aplicativo com brincadeiras, memes, cartilhas e bonecos gigantes do Dezinho. Mas a ideia não é imprimir e distribuir panfletos: arquivos com informações importantes para o combate ao mosquito ficarão disponíveis no novo site, e prefeituras, igrejas, escolas, associações comunitárias e outras entidades poderão baixá-los.

— A principal medida sanitária agora é a informação — ressalta o secretário. — Precisamos mostrar como diagnosticar as doenças e os perigos para cada perfil de cidadão. A zika deve preocupar mais as gestantes; a chicungunha, os idosos. No caso da dengue, é preciso sempre tomar cuidado com as crianças, mas idosos também necessitam de cuidado redobrado.

O desejo de Teixeira Junior é que o Dezinho mobilize especialmente as crianças, para que elas influenciem o comportamento de toda a família:

— Queremos que ele vire o novo Zé Gotinha.

 

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